sábado, 14 de fevereiro de 2009

Maya- Entre a realidade e o sonho



Roteiro do Longa Maya

Maya- Entre a realidade e o sonho, aborda um assunto atual que é o da dependência de
mulheres em remédios para emagrecer. A dependência é tratado no roteiro através de uma narrativa que tem como foco o ponto de vista do filho da protagonista Maya- nome que tem origem na cultura indiana e se refere a deusa das ilusões-, Maya é uma mulher de vontade forte mas de baixa auto-estima, casada a 12 anos com Pedro um homem generoso porém rude, com quem tem um filho chamado Rodrigo de 10 anos. Quanto mais Maya procura enquadrar-se aos modelos de mãe e esposa, mais deprimida fica. Maya pouco sabe sobre quem ela é, e nos momentos que pensa a respeito, descobre-se inadequada ao que acredita ser
perfeito, não enquadra-se a imagem da mulher moderna. Influenciada pela ideia de que,
adequando seu corpo aos modelos estéticos aceitáveis poderá adquirir a coragem para
enfrentar a vida, com essa motivação ela chega a mesa do cirurgião plastico e ao uso de anfetaminas para emagrecer. Com efeito, sua crença e o estimulo causado pela anfetamina, a levam para novas atitudes , muda o rumo de sua vida e nessa jornada descobre-se liberta, envolvida em lutas ideológicas e profundamente dependente dos remédios. Maya sabe que está embarcando em uma viagem perigosa, e sua vida passa a ser guiada por dois objetivos, o de nunca mais voltar a ser o que era e proteger seu filho da infelicidade.
Maya é um roteiro que pretende abordar a dificuldade das mulheres com relação a
ditadura da imagem. Os movimentos para libertar as mulheres passaram por fases de lutas por direitos, igualdade , autonomia e sexual, mas não chegando a liberdade estética. Na fase atual a liberação deve figurar em torno da estética, mesmo a mulher que vive no topo social e cultural, condição essa que podemos ver como resultado das lutas de feministas por liberação , mesmo estas ou principalmente elas, com sua emancipação econômica, seus relacionamentos “liberais”, não conquistaram a verdadeira liberdade feminina, já que sua liberdade é condicionada a um outro tipo de repressão, que podemos chamar da repressão dos estereótipos.

A nova liberação feminina pós feminismo, é motivada não mais pela revolta mas sim pelo desejo da auto descoberta, e gira em torno do despreendimento aos modelos midiáticos, que chegam até nós tanto pelas chamadas cultura de massa como da alta cultura. A liberação passou por fases, e no entanto não evoluiu em escala progressiva, continua a repressão do feminino que é até mais enclausuradora por seus aspectos de dominação do imaginário, do subjetivo. A repressão de hoje é em torno das imagens geradoras de conceitos sutis do que deva “ser” mulher moderna liberada e perfeita. A busca por emancipação e identidade, exige ainda mais coragem e um olhar critico mais sofisticado do que tiveram as feministas do passado, ser mulher liberta dos estereótipos estéticos tem um aspecto contraditório, já que nos dias atuais parece mais com um sonho, uma utopia, dificil de sustentar.

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Abner Ludovick Aprendiz de Poeta e Aprendiz de Ator